sábado, 4 de julho de 2009

População Economicamente Ativa e Inativa no Brasil e no Mundo - Douglas Felizardo e Larissa Couto


A pesquisa de indicadores sociais, divulgada hoje pelo IBGE, revela que a participação da população em idade ativa, entre 15 e 64 anos, aumentou em relação às pessoas consideradas inativas - crianças e idosos.
Em 1992, eram 64,1 inativos para cada 100 ativos. Em 1999, eram 55,4 inativos para cada 100 ativos. Em 1999, a região Nordeste apresentou a maior participação dos inativos, de 65,4 a cada 100 ativos. Já no Sudeste, a relação era de 100 pessoas ativas e 49,8 inativas.
Apesar do aumento da participação de pessoas ativas na população e do aumento de 13,8% da oferta de trabalho _a PEA (População Economicamente Ativa) passou de 69,7 milhões em 1992 para 79,3 milhões em 1999)_ a taxa de atividade diminuiu de 61,5% para 61% entre 1992 e 1999.
A população economicamente ativa é formada pelas pessoas entre 10 e 64 anos que estão trabalhando ou procurando emprego. Já a taxa de atividade mede a participação das pessoas entre 10 e 64 anos que estão efetivamente trabalhando.
Entre os sexos, a taxa de atividade feminina aumentou na década, enquanto a masculina diminuiu. Em 1992, a taxa de atividade masculina era de 76,6% e foi diminuindo até chegar a 73,8% em 1999. Enquanto a taxa de atividade feminina passou de 47,2% para 49,0% entre os dois períodos.
O percentual empregados com carteira assinada diminuiu de 64% para 61,3%, refletindo aumento da informalidade. Entre os trabalhadores domésticos com carteira de trabalho, o percentual é ainda pequeno, de 25%, mas apresentou aumento em relação a 1992, quando foi de 17,5%.
Apenas 60,2% dos empregadores contribuíram para a previdência em 1999, enquanto que em 1992, esse percentual era de 65,7%.
O crescimento da população idosa, definida como aquela a partir dos 60 anos de idade, é um fenômeno mundial, ocorrendo em um nível sem precedentes. No Brasil, as estimativas para os próximos 20 anos indicam que a população idosa excederá a 30 milhões de pessoas, chegando a representar quase 13% da população. Este trabalho busca realizar uma análise descritiva do perfil dos idosos no Brasil, no estado e no município do Rio de Janeiro. As análises serão feitas a partir de indicadores construídos com as informações dos censos do IBGE de 1991 e 2000 e fazendo-se uma projeção para o ano 2002. Os dados analisados são: população total, gênero, alfabetização, população urbana e rural, responsabilidade nos domicílios e renda. Também são discutidas as possíveis causEssa ampliação da expectativa de vida não ocorre de modo uniforme em ambos os sexos. O aumento para as mulheres é mais significativo do que para os homens, caracterizando o fenômeno de feminização da população idosa.
Esse fenômeno pode ser explicado, em parte, por uma maior expectativa de vida das mulheres, devido a diversos fatores, tais como:
menor consumo de álcool e tabaco, que são associados a doenças cardiovasculares e diferentes tipos de neoplasias, sendo as principais causas de morte na população acima de 45 anos. (Homens consomem em maiores quantidades);
as mulheres têm, de modo geral, melhor percepção da doença e fazem uso mais constante dos serviços de saúde do que os homens. É possível que a detecção precoce e melhor tratamento de doenças crônicas nas mulheres contribuam para um prognóstico melhor;
atendimento médico-obstétrico – a mortalidade materna, antes uma das causas principais de morte prematura entre mulheres, é atualmente baixa;
diferenças na exposição a riscos – acidentes domésticos e de trabalho, acidentes de trânsito, homicídios e suicídios são, em conjunto, quatro vezes mais freqüentes para os homens do que para as mulheres, nas áreas urbanas brasileiras.
Há um crescimento na população urbana e diminuição da população rural, tanto para homens como para mulheres, o que não significa melhora da qualidade de vida, e sim mais competitividade em vários aspectos. Esse é um fenômeno nacional e evidenciado ainda mais no Estado do Rio de Janeiro (97%), caracterizado por uma população essencialmente urbana.
A grande maioria dos idosos brasileiros possui uma renda média até 1 salário mínimo, o que não lhes garante, na maioria das vezes, uma condição de vida satisfatória, principalmente quando essa é a única fonte do sustento familiar, o que é comprovado pelo relevante aumento dos domicílios sob a responsabilidade dos idosos.
Com relação à renda, comparando o Brasil com o Rio de Janeiro, observamos uma melhor posição do Rio de Janeiro em relação à média brasileira. O percentual de idosos no Brasil com renda menor que 1 salário mínimo é praticamente o dobro do Estado do Rio de Janeiro. E nos extratos com renda maior que 5 salários mínimos ocorre o inverso, sendo a prevalência bem mais elevada no município do Rio de Janeiro, revelando melhores condições sócio-econômicas da população carioca em relação à fluminense. Outro fato que evidencia essa melhor condição sócio-econômica do Estado, particularmente do município do Rio de Janeiro, é a escolaridade. O município do Rio de Janeiro tem prevalência de analfabetismo 3,5 vezes menor que a média nacional. Vale a pena ressaltar que, mesmo sem considerar a média de anos de estudo, observou-se com o passar dos anos uma redução do analfabetismo no Brasil, em geral.
Em suma, pode-se constatar em todos os indicadores analisados uma característica uniforme de quas para essas proporPopulação residente total
Observa-se um aumento da população total de idosos brasileiros, que em 2000 era de 14.536.026, contra 10.722.705 observados em 1991, com uma projeção de 15.383.434 para o ano 2002, vindo representar 8.8% da população brasileira total (Tabela 1). No Estado do Rio de Janeiro, o percentual de idosos é superior ao da média nacional, com 9.2% em 1991, 10.7% em 2000 e 11% em 2002. E é ainda um pouco maior, considerando-se somente o município do Rio de Janeiro com 11.2% em 1991, 12.8% em 2000 e 13.2% em 2002.
De 1991 para 2002, observa-se no Brasil um crescimento em todos os grupos de idade, com um aumento maior nos grupos etários mais avançados, de 70 a 74 anos, que passaria de 1.3 para 1.7%, e de 75 ou mais, que passaria de 1.6 para 2.2% da população total de idosos. Esses percentuais são ainda maiores no Estado do Rio de Janeiro, com 2.6% em 2002 no grupo de idade de 75 anos ou mais, e ainda mais elevado no município do Rio de Janeiro, 3.5% em 2002 para a mesma faixa de idade.
Portanto, ocorre não somente um aumento da população idosa, mas também um envelhecimento dessa população, com um número maior de idosos nas faixas etárias mais elevadas.ções. UM FENÔMENO MUNDIAL
Segundo o IBGE (2002), o crescimento da população de idosos, em números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial e está ocorrendo em um nível sem precedentes. Em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo. Já em 1998, quase cinco décadas depois, esse contingente alcançava 579 milhões de pessoas; um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1.900 milhões de pessoas, montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade (Andrews, 2000). Outros aspectos importantes para explicar esse fenômeno, na visão de Andrews, são os seguintes:

* desde 1950, a esperança de vida ao nascer em todo o mundo aumentou 19 anos;



* hoje em dia, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais; para 2050, estima-se que a relação será de um para cinco, para o mundo em seu conjunto, e de um para três para o mundo desenvolvido;



* segundo as projeções, o número de centenários – de 100 anos de idade ou mais – aumentará 15 vezes, de aproximadamente 145.000 pessoas em 1999, para 2,2 milhões em 2050;



· entre 1999 e 2050, o coeficiente entre a população ativa e inativa – isto é, o número de pessoas entre 15 e 64 anos de idade por pessoa de 65 ou mais – diminuirá em menos da metade, nas regiões desenvolvidas, e em uma fração ainda menor nas áreas menos



O estudo das características da população de um dado local, como o seu crescimento, distribuição geográfica e faixas etárias, é essencial para a elaboração de medidas de ordem prática realmente adequadas ao interesse social.
Os elementos que orientam a distribuição geográfica da população advêm da conjugação de fatores naturais, históricos a socioeconômicos capazes de atrair ou repelir a ocupação humana.
Atualmente, processos como a modernização e o domínio tecnocioentífico minimizam a interferência de fatores físicos, como clima e relevo, na distribuição da população, que é muito mais influenciada por fatores históricos, como a forma de colonização desenvolvida, e econômicos, como o modo de produção adotado.
CONCEITOS BÁSICOS

Áreas Ecúmenas:

Regiões favoráveis à ocupação humana, sendo facilmente habitáveis e geralmente dotadas de grandes concentrações populacionais.



Áreas Anecúmenas:

Áreas de difícil habitação, sendo pois desfavoráveis à ocupação humana e, em geral, caracterizadas por grandes vazios demográficos.



População Absoluta:

É o número total de habitantes de um lugar. Um local é tomado como populoso quando apresenta um grande número de habitantes, é o caso, por exemplo, da China e da Índia, países mais populosos do mundo, seguidos dos EUA, da Indonésia e do Brasil (com cerca de 170 milhões de habitantes).



População Relativa:

Também conhecida como Densidade Demográfica, é a relação entre o número total de habitantes e a área ocupada. Um local é tido como densamente povoado quando tem um grande número de habitantes por cada quilômetro quadrado. É importante notar que nem todo país populoso é densamente povoado, já que poderá possuir um grande território além de uma grande população.



Superpovoamento ou Superpopulação:

Trata-se de uma análise feita não sobre a densidade demográfica, mas sim em torno do nível de vida de uma dada população, com base em seus indicadores sócio-econômicos. Um país poderá, portanto, ser superpovoado, mesmo apresentando uma baixa densidade demográfica, como é o caso, por exemplo, do Brasil, cuja densidade é de aproximadamente 19,8 hab/ km², mas o nível de desenvolvimento econômico e social de sua população é insuficiente.



Taxa de Natalidade:

Relação entre o número de nascidos em um ano e o número de habitantes. É obtida multiplicando-se o número de nascido por 1.000 e dividindo-se o resultado pela população absoluta do local (obtém-se a quantidade de nascidos para cada grupo de mil habitantes em um ano).



Taxa de Mortalidade:

Relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e o número de habitantes. O calculo é semelhante ao da taxa de natalidade e o resultado se refere ao número de pessoas que morrem para cada grupo de mil em um ano.



Crescimento Vegetativo ou Natural:

É a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade de uma dada região. Geralmente é mais elevado em países subdesenvolvidos, que encontram maiores dificuldades para realizar políticas de controle de natalidade.



Índice de Desenvolvimento Humano (IDH):

Criado pela ONU para determinar o nível sócio-econômico das populações a partir da análise de elementos como a mortalidade infantil, saúde, nível de instrução, e renda per capta. Os maiores IDH’s pertencem aos países ricos.





ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

A forma como a população é estruturada pode ser objeto de observação por diversos prismas.



Pirâmide Etária:

Representa a organização da população de acordo com as idades e sexo. Homens são representados à esquerda e mulheres à direita. A base representa a população jovem, o corpo a adulta e o ápice, a população idosa. O eixo vertical representa as idades e o eixo horizontal pode representar o número de habitantes.



Países ricos apresentam uma pirâmide etária de base estreita, em razão do controle de natalidade e o ápice largo devido à alta expectativa de vida. A maior parte da sua população é adulta, portanto são considerados países maduros. Já nos países pobres, o ápice é estreito por causa da baixa longevidade e o número de jovens é elevado, o que gera a necessidade de altos investimentos em educação e formação profissional.



Países emergentes como o Brasil apresentam pirâmides em transição, pois a população envelhece, havendo redução no número de jovens e aumento da população adulta. Seu regime demográfico também é considerado maduro.









Pirâmide etária brasileira. Fonte: Censo IBGE, 2000.





POPULAÇÃO E ECONOMIA

Sob o ponto de vista ocupacional, uma dada população pode ser dividida em dois grupos:



* População economicamente ativa (PEA). Formada pelas pessoas empregadas ou à procura de emprego. Em países desenvolvidos, toma-se 15 anos como idade base para o cálculo da PEA (a Constituição brasileira estabelece os 16 anos como idade mínima para o ingresso de crianças no mercado de trabalho).
* População economicamente inativa (PEI). Composta pelos indivíduos que não estão empregados (como aposentados, crianças que ainda não atingiram a idade para ingressar no mercado, estudantes, etc.) ou que não exercem atividade econômica remunerada, como as donas-de-casa. Esta parcela da população requer grandes investimentos sociais, como escolas e aposentadorias.

OBS: O desemprego pode ser estrutural, como ocorre em países desenvolvidos em razão do progresso tecnológico, ou ainda conjuntural, como é o caso dos países pobres, em decorrência da própria conjuntura político-econômica. Em países subdesenvolvidos, a contagem da PEA é destorcida, pois grande parte da população integra participa da economia informal através dos subempregos em atividades não regulamentadas, como é o caso dos camelôs. Alem disso, é comum notar em países periféricos a triste realidade do trabalho infantil.





POPULAÇÃO ATIVA E SETORES DA ECONOMIA:

A divisão das atividades econômicas é feita geralmente em três setores:



1. Primário: relacionado às atividades do campo, como agricultura, pecuária e extrativismo;

2. Secundário: compreende as atividades da Indústria, como a mineração e a construção civil;

3. Terciário: referente à prestação de serviços, como comércio, bancos, educação, etc.



A partir do avanço tecnocientífico, é possível notar a presença de um novo setor além desses três: é o setor quaternário, que engloba as atividades da tecnologia de ponta da pesquisa de alto nível, robótica, etc. Isso ocorre principalmente em países desenvolvidos.



Países desenvolvidos concentram sua população ativa nos setores secundário e terciário, e nem tanto no primário, em razão da mecanização no campo (alta produtividade em pouco espaço e com pouca mão-de-obra).



A baixa modernização do meio rural leva à concentração da PEA no setor primário dos países subdesenvolvidos. Alguns países periféricos enfrentam a chamada hipertrofia do setor terciário, em virtude da proliferação do subemprego como meio de sustento da classe marginalizada.

2 comentários:

  1. geografia é de mais amo essa materia;;;;;;;;;;

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  2. Bom , podia ensinar aí só a PEI População Economicamente Inativa ! Mano gostei desse blog , mais queria aí !

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