quinta-feira, 2 de julho de 2009

Migração no Mundo - Tamyres Santana e Miriã



Boa parte dos meios de produção está concentrada em países que contam com uma agricultura muito produtiva meio de vida da maioria dos habitantes dos países subdesenvolvidos.
O aumento populacional e o desenvolvimento têm vínculos complexos. No passado, por meio da intensificação da agricultura e do aumento da produtividade, as nações puderam enfrentar as crescentes pressões populacionais sobre a terra disponível.
A pressão populacional já está forçando os agricultores tradicionais a trabalharem mais, quase sempre em fazendas cada vez menores, situadas em terras marginais, apenas para manter a renda familiar.
Hoje, o aumento populacional concentra-se nas regiões subdesenvolvidas da Ásia, da África e da América Latina, responsáveis por 85% do aumento da população mundial a partir de 1950.
O aperfeiçoamento das comunicações possibilitou grandes deslocamentos de pessoas, às vezes como uma reação natural ao aumento das oportunidades econômicas em determinadas áreas. Isso aumentou rapidamente a mobilidade da população, acelerando as migrações internas e externas.
Grande parte dos deslocamentos dá-se do campo para a cidade. Em 1985, cerca de 40% da população mundial vivia em cidades. A magnitude da migração para as cidades é comprovada pelo fato de que, a partir de 1950, o aumento população urbana foi maior que o aumento da população, tanto em termos percentuais como absolutos.
No final deste século, quase metade do mundo estará vivendo em áreas urbanas desde pequenas cidades até megalópoles. O sistema econômico mundial está se tornando cada vez mais urbano, com redes justapostas de comunicações, de produção e de mercadorias.
Em muitas nações, certos tipos de indústria e de empresa de serviços estão se desenvolvendo em áreas rurais. Mas essas áreas vêm recebendo serviços e infra-estrutura de alta qualidade, com sistemas avançados de telecomunicações, que fazem com que suas atividades sejam parte integrante do sistema urbano-industrial nacional e global. De fato, o interior está sendo “urbanizado” cada vez mais aceleradamente.
O século XX é o da “revolução urbana”. Depois de 1950, o número de pessoas que vivem nas cidades quase triplicou; nas regiões mais desenvolvidas, a população urbana dobrou; no mundo menos desenvolvido, quadruplicou.
Em muitos países em desenvolvimento, as cidades têm crescido muito além do que jamais se poderia imaginar. Poucos governos de cidades do mundo em desenvolvimento, cujas populações crescem a um ritmo acelerado, dispõem de poderes, recursos e pessoal treinado para lhes fornecer as terras, os serviços e os sistemas adequados a condições não-degradantes de vida: água potável, saneamento, escolas e transportes.
O resultado disso se revela na proliferação de assentamentos ilegais de habitações toscas, nas aglomerações excessivas e na taxa de mortalidade altíssima, decorrente de um meio ambiente insalubre, por causa de problemas de infra-estrutura deteriorada, degradação ambiental, decadência do centro urbano e descaracterização dos bairros.
Os desempregados, os idosos e as minorias étnicas e raciais podem mergulhar numa espiral descendente de degradação e pobreza, pois as oportunidades de emprego diminuem, e os indivíduos mais jovens e mais instruídos vão abandonando os bairros decadentes.
No mundo industrializado, as cidades também são responsáveis por problemas de alcance global, tais como o consumo de energia e a poluição ambiental. Muitas delas obtêm seus recursos e sua energia de terras distantes, com fortes impactos coletivos sobre essas terras distantes.
Em geral, o crescimento urbano muitas vezes vem antes do estabelecimento de uma base econômica sólida e diversificada para apoiar o incremento da infra-estrutura, da habitação e do emprego. Em muitos lugares, os maiores problemas estão ligados a padrões inadequados de desenvolvimento agrícola e urbano.
A crise econômica mundial dos anos 80 não resultou somente em menores rendas, maior desemprego e na eliminação de muitos programas sociais. Ela também diminuiu drasticamente a já baixa prioridade dada aos problemas urbanos, aumentando a deficiência crônica dos recursos necessários para construir, manter e administrar as cidades.

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