segunda-feira, 6 de julho de 2009

Revolução Médico - Sanitária - Willyam Xavier, Paulo Fernando e Jorge Leite

O conceito de saúde reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural. Ou seja: saúde não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais, dependerá de concepções científicas, religiosas, filosóficas. O mesmo, aliás, pode ser dito das doenças. Aquilo que é considerado doença varia muito. Houve época em que masturbação era considerada uma conduta patológica capaz de resultar em desnutrição (por perda da proteína contida no esperma) e em distúrbios mentais. A masturbação era tratada por dieta, por infibulação, pela imobilização do "paciente", por aparelhos elétricos que davam choque quando o pênis era manipulado e até pela ablação da genitália. Houve época, também, em que o desejo de fuga dos escravos era considerado enfermidade mental: a drapetomania (do grego drapetes, escravo). O diagnóstico foi proposto em 1851 por Samuel A. Cartwright, médico do estado da Louisiana, no escravagista sul dos Estados Unidos. O tratamento proposto era o do açoite, também aplicável à "disestesia etiópica", outro diagnóstico do doutor Cartwright, este explicando a falta de motivação para o trabalho entre os negros escravizados.

Real ou imaginária, a doença, e sobretudo a doença transmissível, é um antigo acompanhante da espécie humana, como o revelam pesquisas paleontológicas. Assim, múmias egípcias apresentam sinais de doença (exemplo: a varíola do faraó Ramsés V). Não é de admirar que desde muito cedo a Humanidade se tenha empenhado em enfrentar essa ameaça, e de várias formas, baseadas em diferentes conceitos do que vem a ser a doença (e a saúde). Assim, a concepção mágico–religiosa partia, e parte, do princípio de que a doença resulta da ação de forças alheias ao organismo que neste se introduzem por causa do pecado ou de maldição. Para os antigos hebreus, a doença não era necessariamente devida à ação de demônios, ou de maus espíritos, mas representava, de qualquer modo, um sinal da cólera divina, diante dos pecados humanos. Deus é também o Grande Médico: "Eu sou o Senhor, e é saúde que te trago" (Êxodo 15, 26); "De Deus vem toda a cura" (Eclesiastes, 38, 1–9).

A doença era sinal de desobediência ao mandamento divino. A enfermidade proclamava o pecado, quase sempre em forma visível, como no caso da lepra Trata–se de doença contagiosa, que sugere, portanto, contato entre corpos humanos, contato que pode ter evidentes conotações pecaminosas. O Levítico detém–se longamente na maneira de diagnosticar a lepra; mas não faz uma abordagem similar para o tratamento. Em primeiro lugar, porque tal tratamento não estava disponível; em segundo, porque a lepra podia ser doença, mas era também, e sobretudo, um pecado. O doente era isolado até a cura, um procedimento que o cristianismo manterá e ampliará: o leproso era considerado morto e rezada a missa de corpo presente, após o que ele era proibido de ter contato com outras pessoas ou enviado para um leprosário. Esse tipo de estabelecimento era muito comum na Idade Média, em parte porque o rótulo de lepra era freqüente, sem dúvida abrangendo numerosas outras doenças.

Os preceitos religiosos do judaísmo expressam–se com freqüência em leis dietéticas, que figuram, em especial, nos cinco primeiros livros da Bíblia (Torá, ou Pentateuco). Sua finalidade mais evidente é a de manter a coesão grupal, acentuando as diferenças entre hebreus e outros povos do Oriente Médio. Essas disposições eram sistemas simbólicos, destinados a manter a coesão do grupo e a diferenciação com outros grupos, mas podem ter funcionado na prevenção de doenças, sobretudo de doenças transmissíveis. Por exemplo, um animal não poderia ser abatido por pessoa que tivesse doença de pele, o que faz sentido: lesões de pele podem conter micróbios. Moluscos eram proibidos, e dessa forma certas doenças, como a hepatite transmitida por ostras, podiam ser evitadas. Isso não significa que a prevenção fosse exercida conscientemente; as causas das doenças infecciosas eram desconhecidas. Seria muito difícil, por exemplo, associar a carne de porco à transmissão da triquinose. Para isto há uma explicação ecológica, por assim dizer. A criação de suínos, no Oriente Médio, seria um contra–senso. Trata–se de uma região árida, sem a água de que esses animais necessitam como forma de manter seu equilíbrio térmico. Além disso, povos nômades teriam dificuldades em manter um animal que se move pouco, como o porco. Finalmente, ao contrário dos bovinos, que servem como animal de tração e que proporcionam leite, o suíno só fornece a carne – uma luxúria, portanto, uma tentação que era evitada pelo rígido dispositivo da lei.

Em outras culturas era o xamã, o feiticeiro tribal, quem se encarregava de expulsar, mediante rituais, os maus espíritos que se tinham apoderado da pessoa, causando doença. O objetivo é reintegrar o doente ao universo total, do qual ele é parte. Esse universo total não é algo inerte: ele "vive" e "fala"; é um macrocorpo, do qual o Sol e a Lua são os olhos, os ventos, a respiração, as pedras, os ossos (homologação antropocósmica). A união do microcosmo que é o corpo com o macrocosmo faz–se por meio do ritual.

Entre os índios Sarrumá, que vivem na região da fronteira entre Brasil e Venezuela, o conceito de morte por causa natural ou mesmo por acidente praticamente inexiste: sempre resulta da maldição de um inimigo. Ou, então, conduta imprudente: se alguém come um animal tabu, o espírito desse animal vinga–se provocando doença e morte.

A tarefa do xamã é convocar espíritos capazes de erradicar o mal. Para isso ele passa por um treinamento longo e rigoroso, com prolongada abstinência sexual e alimentar; nesse período aprende as canções xamanísticas e utiliza plantas com substâncias alucinógenas que são chamarizes para os espíritos capazes de combater a doença.

A medicina grega representa uma importante inflexão na maneira de encarar a doença. É verdade que, na mitologia grega, várias divindades estavam vinculadas à saúde. Os gregos cultuavam, além da divindade da medicina, Asclepius, ou Aesculapius (que é mencionado como figura histórica na Ilíada), duas outras deusas, Higieia, a Saúde, e Panacea, a Cura. Ora, Higieia era uma das manifestações de Athena, a deusa da razão, e o seu culto, como sugere o nome, representa uma valorização das práticas higiênicas; e se Panacea representa a idéia de que tudo pode ser curado – uma crença basicamente mágica ou religiosa –, deve–se notar que a cura, para os gregos, era obtida pelo uso de plantas e de métodos naturais, e não apenas por procedimentos ritualísticos.

Essa visão religiosa antecipa a entrada em cena de um importante personagem: o pai da Medicina, Hipócrates de Cós (460–377 a.C.). Pouco se sabe sobre sua vida; poderia ser uma figura imaginária, como tantas na Antigüidade, mas há referências à sua existência em textos de Platão, Sócrates e Aristóteles. Os vários escritos que lhe são atribuídos, e que formam o Corpus Hipocraticus, provavelmente foram o trabalho de várias pessoas, talvez em um longo período de tempo. O importante é que tais escritos traduzem uma visão racional da medicina, bem diferente da concepção mágico–religiosa antes descrita. O texto intitulado "A doença sagrada" começa com a seguinte afirmação: "A doença chamada sagrada não é, em minha opinião, mais divina ou mais sagrada que qualquer outra doença; tem uma causa natural e sua origem supostamente divina reflete a ignorância humana".

Hipócrates postulou a existência de quatro fluidos (humores) principais no corpo: bile amarela, bile negra, fleuma e sangue. Desta forma, a saúde era baseada no equilíbrio desses elementos. Ele via o homem como uma unidade organizada e entendia a doença como uma desorganização desse estado. A obra hipocrática caracteriza–se pela valorização da observação empírica, como o demonstram os casos clínicos nela registrados, reveladores de uma visão epidemiológica do problema de saúde–enfermidade. A apoplexia, dizem esses textos, é mais comum entre as idades de 40 e 60 anos; a tísica ocorre mais freqüentemente entre os 18 e os 35 anos. Essas observações não se limitavam ao paciente em si, mas a seu ambiente. O texto conhecido como "Ares, águas, lugares" discute os fatores ambientais ligados à doença, defendendo um conceito ecológico de saúde–enfermidade.

Daí emergirá a idéia de miasma, emanações de regiões insalubres capazes de causar doenças como a malária, muito comum no sul da Europa e uma das causas da derrocada do Império Romano. O nome, aliás, vem do latim e significa "maus ares" (é bom lembrar que os romanos incorporam os princípios da medicina grega).

Galeno (129–199) revisitou a teoria humoral e ressaltou a importância dos quatro temperamentos no estado de saúde. Via a causa da doença como endógena, ou seja, estaria dentro do próprio homem, em sua constituição física ou em hábitos de vida que levassem ao desequilíbrio.

No Oriente, a concepção de saúde e de doença seguia, e segue, um rumo diferente, mas de certa forma análogo ao da concepção hipocrática. Fala–se de forças vitais que existem no corpo: quando funcionam de forma harmoniosa, há saúde; caso contrário, sobrevem a doença. As medidas terapêuticas (acupuntura, ioga) têm por objetivo restaurar o normal fluxo de energia ("chi", na China; "prana", na Índia) no corpo.

Na Idade Média européia, a influência da religião cristã manteve a concepção da doença como resultado do pecado e a cura como questão de fé; o cuidado de doentes estava, em boa parte, entregue a ordens religiosas, que administravam inclusive o hospital, instituição que o cristianismo desenvolveu muito, não como um lugar de cura, mas de abrigo e de conforto para os doentes. Mas, ao mesmo tempo, as idéias hipocráticas se mantinham, através da temperança no comer e no beber, na contenção sexual e no controle das paixões. Procurava–se evitar o contra naturam vivere, viver contra a natureza. O advento da modernidade mudará essa concepção religiosa.

O suíço Paracelsus (1493–1541) afirmava que as doenças eram provocadas por agentes externos ao organismo. Naquela época, e no rastro da alquimia, a química começava a se desenvolver e influenciava a medicina. Dizia Paracelso que, se os processos que ocorrem no corpo humano são químicos, os melhores remédios para expulsar a doença seriam também químicos, e passou então a administrar aos doentes pequenas doses de minerais e metais, notadamente o mercúrio, empregado no tratamento da sífilis, doença que, em função da liberalização sexual, se tinha tornado epidêmica na Europa.

Já o desenvolvimento da mecânica influenciou as idéias de René Descartes, no século XVII. Ele postulava um dualismo mente–corpo, o corpo funcionando como uma máquina. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento da anatomia, também conseqüência da modernidade, afastou a concepção humoral da doença, que passou a ser localizada nos órgãos. No famoso conceito de François Xavier Bichat (1771–1802), saúde seria o "silêncio dos órgãos".

Mas isto não implicou grandes progressos na luta contra as doenças, que eram aceitas com resignação: Pascal dizia que a enfermidade é um caminho para o entendimento do que é a vida, para a aceitação da morte, principalmente de Deus. Mais tarde, os românticos não apenas aceitariam a doença, como a desejariam: morrer cedo (de tuberculose, sobretudo) era o destino habitual de poetas e músicos como Castro Alves e Chopin. Para o poeta romântico alemão, a doença refinaria a arte de viver e a arte propriamente dita. Saúde, nestas circunstâncias, era até dispensável.

Mas a ciência continuava avançando e no final do século XIX registrou–se aquilo que depois seria conhecido como a revolução pasteuriana. No laboratório de Louis Pasteur e em outros laboratórios, o microscópio, descoberto no século XVII, mas até então não muito valorizado, estava revelando a existência de microorganismos causadores de doença e possibilitando a introdução de soros e vacinas. Era uma revolução porque, pela primeira vez, fatores etiológicos até então desconhecidos estavam sendo identificados; doenças agora poderiam ser prevenidas e curadas.

Esses conhecimentos impulsionaram a chamada medicina tropical. O trópico atraía a atenção do colonialismo, mas os empreendimentos comerciais eram ameaçados pelas doenças transmissíveis endêmicas e epidêmicas. Daí a necessidade de estudá–las, preveni–las, curá–las. Nessa época nascia também a epidemiologia, baseada no estudo pioneiro do cólera em Londres, feito pelo médico inglês John Snow (1813–1858), e que se enquadrava num contexto de "contabilidade da doença". Se a saúde do corpo individual podia ser expressa por números – os sinais vitais –, o mesmo deveria acontecer com a saúde do corpo social: ela teria seus indicadores, resultado desse olhar contábil sobre a população e expresso em uma ciência que então começava a emergir, a estatística.

O termo é de origem alemã, Statistik, e deriva de Staat, Estado, o que é bastante significativo, pois o desenvolvimento da estatística coincide com o surgimento de um Estado forte, centralizado. A estatística teve boa acolhida na Inglaterra, onde vigorava a idéia, mais tarde expressa em um famoso dito de Lord Kelvin (William Thomson, 1824–1907), segundo o qual tudo que é verdadeiro pode ser expresso em números.

Na verdade, métodos numéricos no estudo da sociedade, aí incluída a situação de saúde, já haviam sido introduzidos no século XVII. O médico e rico proprietário rural William Petty (1623–1687) iniciara o estudo do que denominava de "anatomia política", coletando dados sobre população, educação, produção e também doenças. John Graunt (1620–1674), comerciante de profissão, mas membro da Royal Society, havia conduzido, com base nos dados de obituários, os primeiros estudos analíticos de estatística vital, identificando diferenças na mortalidade de diferentes grupos populacionais e correlacionando sexo e lugar de residência. Esse processo ganhou impulso no século XIX.

sábado, 4 de julho de 2009

População Economicamente Ativa e Inativa no Brasil e no Mundo - Douglas Felizardo e Larissa Couto


A pesquisa de indicadores sociais, divulgada hoje pelo IBGE, revela que a participação da população em idade ativa, entre 15 e 64 anos, aumentou em relação às pessoas consideradas inativas - crianças e idosos.
Em 1992, eram 64,1 inativos para cada 100 ativos. Em 1999, eram 55,4 inativos para cada 100 ativos. Em 1999, a região Nordeste apresentou a maior participação dos inativos, de 65,4 a cada 100 ativos. Já no Sudeste, a relação era de 100 pessoas ativas e 49,8 inativas.
Apesar do aumento da participação de pessoas ativas na população e do aumento de 13,8% da oferta de trabalho _a PEA (População Economicamente Ativa) passou de 69,7 milhões em 1992 para 79,3 milhões em 1999)_ a taxa de atividade diminuiu de 61,5% para 61% entre 1992 e 1999.
A população economicamente ativa é formada pelas pessoas entre 10 e 64 anos que estão trabalhando ou procurando emprego. Já a taxa de atividade mede a participação das pessoas entre 10 e 64 anos que estão efetivamente trabalhando.
Entre os sexos, a taxa de atividade feminina aumentou na década, enquanto a masculina diminuiu. Em 1992, a taxa de atividade masculina era de 76,6% e foi diminuindo até chegar a 73,8% em 1999. Enquanto a taxa de atividade feminina passou de 47,2% para 49,0% entre os dois períodos.
O percentual empregados com carteira assinada diminuiu de 64% para 61,3%, refletindo aumento da informalidade. Entre os trabalhadores domésticos com carteira de trabalho, o percentual é ainda pequeno, de 25%, mas apresentou aumento em relação a 1992, quando foi de 17,5%.
Apenas 60,2% dos empregadores contribuíram para a previdência em 1999, enquanto que em 1992, esse percentual era de 65,7%.
O crescimento da população idosa, definida como aquela a partir dos 60 anos de idade, é um fenômeno mundial, ocorrendo em um nível sem precedentes. No Brasil, as estimativas para os próximos 20 anos indicam que a população idosa excederá a 30 milhões de pessoas, chegando a representar quase 13% da população. Este trabalho busca realizar uma análise descritiva do perfil dos idosos no Brasil, no estado e no município do Rio de Janeiro. As análises serão feitas a partir de indicadores construídos com as informações dos censos do IBGE de 1991 e 2000 e fazendo-se uma projeção para o ano 2002. Os dados analisados são: população total, gênero, alfabetização, população urbana e rural, responsabilidade nos domicílios e renda. Também são discutidas as possíveis causEssa ampliação da expectativa de vida não ocorre de modo uniforme em ambos os sexos. O aumento para as mulheres é mais significativo do que para os homens, caracterizando o fenômeno de feminização da população idosa.
Esse fenômeno pode ser explicado, em parte, por uma maior expectativa de vida das mulheres, devido a diversos fatores, tais como:
menor consumo de álcool e tabaco, que são associados a doenças cardiovasculares e diferentes tipos de neoplasias, sendo as principais causas de morte na população acima de 45 anos. (Homens consomem em maiores quantidades);
as mulheres têm, de modo geral, melhor percepção da doença e fazem uso mais constante dos serviços de saúde do que os homens. É possível que a detecção precoce e melhor tratamento de doenças crônicas nas mulheres contribuam para um prognóstico melhor;
atendimento médico-obstétrico – a mortalidade materna, antes uma das causas principais de morte prematura entre mulheres, é atualmente baixa;
diferenças na exposição a riscos – acidentes domésticos e de trabalho, acidentes de trânsito, homicídios e suicídios são, em conjunto, quatro vezes mais freqüentes para os homens do que para as mulheres, nas áreas urbanas brasileiras.
Há um crescimento na população urbana e diminuição da população rural, tanto para homens como para mulheres, o que não significa melhora da qualidade de vida, e sim mais competitividade em vários aspectos. Esse é um fenômeno nacional e evidenciado ainda mais no Estado do Rio de Janeiro (97%), caracterizado por uma população essencialmente urbana.
A grande maioria dos idosos brasileiros possui uma renda média até 1 salário mínimo, o que não lhes garante, na maioria das vezes, uma condição de vida satisfatória, principalmente quando essa é a única fonte do sustento familiar, o que é comprovado pelo relevante aumento dos domicílios sob a responsabilidade dos idosos.
Com relação à renda, comparando o Brasil com o Rio de Janeiro, observamos uma melhor posição do Rio de Janeiro em relação à média brasileira. O percentual de idosos no Brasil com renda menor que 1 salário mínimo é praticamente o dobro do Estado do Rio de Janeiro. E nos extratos com renda maior que 5 salários mínimos ocorre o inverso, sendo a prevalência bem mais elevada no município do Rio de Janeiro, revelando melhores condições sócio-econômicas da população carioca em relação à fluminense. Outro fato que evidencia essa melhor condição sócio-econômica do Estado, particularmente do município do Rio de Janeiro, é a escolaridade. O município do Rio de Janeiro tem prevalência de analfabetismo 3,5 vezes menor que a média nacional. Vale a pena ressaltar que, mesmo sem considerar a média de anos de estudo, observou-se com o passar dos anos uma redução do analfabetismo no Brasil, em geral.
Em suma, pode-se constatar em todos os indicadores analisados uma característica uniforme de quas para essas proporPopulação residente total
Observa-se um aumento da população total de idosos brasileiros, que em 2000 era de 14.536.026, contra 10.722.705 observados em 1991, com uma projeção de 15.383.434 para o ano 2002, vindo representar 8.8% da população brasileira total (Tabela 1). No Estado do Rio de Janeiro, o percentual de idosos é superior ao da média nacional, com 9.2% em 1991, 10.7% em 2000 e 11% em 2002. E é ainda um pouco maior, considerando-se somente o município do Rio de Janeiro com 11.2% em 1991, 12.8% em 2000 e 13.2% em 2002.
De 1991 para 2002, observa-se no Brasil um crescimento em todos os grupos de idade, com um aumento maior nos grupos etários mais avançados, de 70 a 74 anos, que passaria de 1.3 para 1.7%, e de 75 ou mais, que passaria de 1.6 para 2.2% da população total de idosos. Esses percentuais são ainda maiores no Estado do Rio de Janeiro, com 2.6% em 2002 no grupo de idade de 75 anos ou mais, e ainda mais elevado no município do Rio de Janeiro, 3.5% em 2002 para a mesma faixa de idade.
Portanto, ocorre não somente um aumento da população idosa, mas também um envelhecimento dessa população, com um número maior de idosos nas faixas etárias mais elevadas.ções. UM FENÔMENO MUNDIAL
Segundo o IBGE (2002), o crescimento da população de idosos, em números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial e está ocorrendo em um nível sem precedentes. Em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo. Já em 1998, quase cinco décadas depois, esse contingente alcançava 579 milhões de pessoas; um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1.900 milhões de pessoas, montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade (Andrews, 2000). Outros aspectos importantes para explicar esse fenômeno, na visão de Andrews, são os seguintes:

* desde 1950, a esperança de vida ao nascer em todo o mundo aumentou 19 anos;



* hoje em dia, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais; para 2050, estima-se que a relação será de um para cinco, para o mundo em seu conjunto, e de um para três para o mundo desenvolvido;



* segundo as projeções, o número de centenários – de 100 anos de idade ou mais – aumentará 15 vezes, de aproximadamente 145.000 pessoas em 1999, para 2,2 milhões em 2050;



· entre 1999 e 2050, o coeficiente entre a população ativa e inativa – isto é, o número de pessoas entre 15 e 64 anos de idade por pessoa de 65 ou mais – diminuirá em menos da metade, nas regiões desenvolvidas, e em uma fração ainda menor nas áreas menos



O estudo das características da população de um dado local, como o seu crescimento, distribuição geográfica e faixas etárias, é essencial para a elaboração de medidas de ordem prática realmente adequadas ao interesse social.
Os elementos que orientam a distribuição geográfica da população advêm da conjugação de fatores naturais, históricos a socioeconômicos capazes de atrair ou repelir a ocupação humana.
Atualmente, processos como a modernização e o domínio tecnocioentífico minimizam a interferência de fatores físicos, como clima e relevo, na distribuição da população, que é muito mais influenciada por fatores históricos, como a forma de colonização desenvolvida, e econômicos, como o modo de produção adotado.
CONCEITOS BÁSICOS

Áreas Ecúmenas:

Regiões favoráveis à ocupação humana, sendo facilmente habitáveis e geralmente dotadas de grandes concentrações populacionais.



Áreas Anecúmenas:

Áreas de difícil habitação, sendo pois desfavoráveis à ocupação humana e, em geral, caracterizadas por grandes vazios demográficos.



População Absoluta:

É o número total de habitantes de um lugar. Um local é tomado como populoso quando apresenta um grande número de habitantes, é o caso, por exemplo, da China e da Índia, países mais populosos do mundo, seguidos dos EUA, da Indonésia e do Brasil (com cerca de 170 milhões de habitantes).



População Relativa:

Também conhecida como Densidade Demográfica, é a relação entre o número total de habitantes e a área ocupada. Um local é tido como densamente povoado quando tem um grande número de habitantes por cada quilômetro quadrado. É importante notar que nem todo país populoso é densamente povoado, já que poderá possuir um grande território além de uma grande população.



Superpovoamento ou Superpopulação:

Trata-se de uma análise feita não sobre a densidade demográfica, mas sim em torno do nível de vida de uma dada população, com base em seus indicadores sócio-econômicos. Um país poderá, portanto, ser superpovoado, mesmo apresentando uma baixa densidade demográfica, como é o caso, por exemplo, do Brasil, cuja densidade é de aproximadamente 19,8 hab/ km², mas o nível de desenvolvimento econômico e social de sua população é insuficiente.



Taxa de Natalidade:

Relação entre o número de nascidos em um ano e o número de habitantes. É obtida multiplicando-se o número de nascido por 1.000 e dividindo-se o resultado pela população absoluta do local (obtém-se a quantidade de nascidos para cada grupo de mil habitantes em um ano).



Taxa de Mortalidade:

Relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e o número de habitantes. O calculo é semelhante ao da taxa de natalidade e o resultado se refere ao número de pessoas que morrem para cada grupo de mil em um ano.



Crescimento Vegetativo ou Natural:

É a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade de uma dada região. Geralmente é mais elevado em países subdesenvolvidos, que encontram maiores dificuldades para realizar políticas de controle de natalidade.



Índice de Desenvolvimento Humano (IDH):

Criado pela ONU para determinar o nível sócio-econômico das populações a partir da análise de elementos como a mortalidade infantil, saúde, nível de instrução, e renda per capta. Os maiores IDH’s pertencem aos países ricos.





ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

A forma como a população é estruturada pode ser objeto de observação por diversos prismas.



Pirâmide Etária:

Representa a organização da população de acordo com as idades e sexo. Homens são representados à esquerda e mulheres à direita. A base representa a população jovem, o corpo a adulta e o ápice, a população idosa. O eixo vertical representa as idades e o eixo horizontal pode representar o número de habitantes.



Países ricos apresentam uma pirâmide etária de base estreita, em razão do controle de natalidade e o ápice largo devido à alta expectativa de vida. A maior parte da sua população é adulta, portanto são considerados países maduros. Já nos países pobres, o ápice é estreito por causa da baixa longevidade e o número de jovens é elevado, o que gera a necessidade de altos investimentos em educação e formação profissional.



Países emergentes como o Brasil apresentam pirâmides em transição, pois a população envelhece, havendo redução no número de jovens e aumento da população adulta. Seu regime demográfico também é considerado maduro.









Pirâmide etária brasileira. Fonte: Censo IBGE, 2000.





POPULAÇÃO E ECONOMIA

Sob o ponto de vista ocupacional, uma dada população pode ser dividida em dois grupos:



* População economicamente ativa (PEA). Formada pelas pessoas empregadas ou à procura de emprego. Em países desenvolvidos, toma-se 15 anos como idade base para o cálculo da PEA (a Constituição brasileira estabelece os 16 anos como idade mínima para o ingresso de crianças no mercado de trabalho).
* População economicamente inativa (PEI). Composta pelos indivíduos que não estão empregados (como aposentados, crianças que ainda não atingiram a idade para ingressar no mercado, estudantes, etc.) ou que não exercem atividade econômica remunerada, como as donas-de-casa. Esta parcela da população requer grandes investimentos sociais, como escolas e aposentadorias.

OBS: O desemprego pode ser estrutural, como ocorre em países desenvolvidos em razão do progresso tecnológico, ou ainda conjuntural, como é o caso dos países pobres, em decorrência da própria conjuntura político-econômica. Em países subdesenvolvidos, a contagem da PEA é destorcida, pois grande parte da população integra participa da economia informal através dos subempregos em atividades não regulamentadas, como é o caso dos camelôs. Alem disso, é comum notar em países periféricos a triste realidade do trabalho infantil.





POPULAÇÃO ATIVA E SETORES DA ECONOMIA:

A divisão das atividades econômicas é feita geralmente em três setores:



1. Primário: relacionado às atividades do campo, como agricultura, pecuária e extrativismo;

2. Secundário: compreende as atividades da Indústria, como a mineração e a construção civil;

3. Terciário: referente à prestação de serviços, como comércio, bancos, educação, etc.



A partir do avanço tecnocientífico, é possível notar a presença de um novo setor além desses três: é o setor quaternário, que engloba as atividades da tecnologia de ponta da pesquisa de alto nível, robótica, etc. Isso ocorre principalmente em países desenvolvidos.



Países desenvolvidos concentram sua população ativa nos setores secundário e terciário, e nem tanto no primário, em razão da mecanização no campo (alta produtividade em pouco espaço e com pouca mão-de-obra).



A baixa modernização do meio rural leva à concentração da PEA no setor primário dos países subdesenvolvidos. Alguns países periféricos enfrentam a chamada hipertrofia do setor terciário, em virtude da proliferação do subemprego como meio de sustento da classe marginalizada.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Migração no Mundo - Tamyres Santana e Miriã



Boa parte dos meios de produção está concentrada em países que contam com uma agricultura muito produtiva meio de vida da maioria dos habitantes dos países subdesenvolvidos.
O aumento populacional e o desenvolvimento têm vínculos complexos. No passado, por meio da intensificação da agricultura e do aumento da produtividade, as nações puderam enfrentar as crescentes pressões populacionais sobre a terra disponível.
A pressão populacional já está forçando os agricultores tradicionais a trabalharem mais, quase sempre em fazendas cada vez menores, situadas em terras marginais, apenas para manter a renda familiar.
Hoje, o aumento populacional concentra-se nas regiões subdesenvolvidas da Ásia, da África e da América Latina, responsáveis por 85% do aumento da população mundial a partir de 1950.
O aperfeiçoamento das comunicações possibilitou grandes deslocamentos de pessoas, às vezes como uma reação natural ao aumento das oportunidades econômicas em determinadas áreas. Isso aumentou rapidamente a mobilidade da população, acelerando as migrações internas e externas.
Grande parte dos deslocamentos dá-se do campo para a cidade. Em 1985, cerca de 40% da população mundial vivia em cidades. A magnitude da migração para as cidades é comprovada pelo fato de que, a partir de 1950, o aumento população urbana foi maior que o aumento da população, tanto em termos percentuais como absolutos.
No final deste século, quase metade do mundo estará vivendo em áreas urbanas desde pequenas cidades até megalópoles. O sistema econômico mundial está se tornando cada vez mais urbano, com redes justapostas de comunicações, de produção e de mercadorias.
Em muitas nações, certos tipos de indústria e de empresa de serviços estão se desenvolvendo em áreas rurais. Mas essas áreas vêm recebendo serviços e infra-estrutura de alta qualidade, com sistemas avançados de telecomunicações, que fazem com que suas atividades sejam parte integrante do sistema urbano-industrial nacional e global. De fato, o interior está sendo “urbanizado” cada vez mais aceleradamente.
O século XX é o da “revolução urbana”. Depois de 1950, o número de pessoas que vivem nas cidades quase triplicou; nas regiões mais desenvolvidas, a população urbana dobrou; no mundo menos desenvolvido, quadruplicou.
Em muitos países em desenvolvimento, as cidades têm crescido muito além do que jamais se poderia imaginar. Poucos governos de cidades do mundo em desenvolvimento, cujas populações crescem a um ritmo acelerado, dispõem de poderes, recursos e pessoal treinado para lhes fornecer as terras, os serviços e os sistemas adequados a condições não-degradantes de vida: água potável, saneamento, escolas e transportes.
O resultado disso se revela na proliferação de assentamentos ilegais de habitações toscas, nas aglomerações excessivas e na taxa de mortalidade altíssima, decorrente de um meio ambiente insalubre, por causa de problemas de infra-estrutura deteriorada, degradação ambiental, decadência do centro urbano e descaracterização dos bairros.
Os desempregados, os idosos e as minorias étnicas e raciais podem mergulhar numa espiral descendente de degradação e pobreza, pois as oportunidades de emprego diminuem, e os indivíduos mais jovens e mais instruídos vão abandonando os bairros decadentes.
No mundo industrializado, as cidades também são responsáveis por problemas de alcance global, tais como o consumo de energia e a poluição ambiental. Muitas delas obtêm seus recursos e sua energia de terras distantes, com fortes impactos coletivos sobre essas terras distantes.
Em geral, o crescimento urbano muitas vezes vem antes do estabelecimento de uma base econômica sólida e diversificada para apoiar o incremento da infra-estrutura, da habitação e do emprego. Em muitos lugares, os maiores problemas estão ligados a padrões inadequados de desenvolvimento agrícola e urbano.
A crise econômica mundial dos anos 80 não resultou somente em menores rendas, maior desemprego e na eliminação de muitos programas sociais. Ela também diminuiu drasticamente a já baixa prioridade dada aos problemas urbanos, aumentando a deficiência crônica dos recursos necessários para construir, manter e administrar as cidades.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Crescimento da População Brasileira - Daniela Rayane e Daiane



Crescimento da população Brasileira
A primeira informação a respeito do crescimento da população brasileira ocorreu no ano de 1872. Esse tipo de informação é muito importante para entender a evolução da população, pois a partir dessas informações o poder público cria alguns projetos e os coloca em prática, como por exemplo, projetos de educação, saúde, segurança e alimentação.

Em 1872, foi decretado que a população era composta por 10 milhões de habitantes, já em 1900, o número de habitantes aumentou para 17,5 milhões, em 1940, o número de habitantes aumentou para 41,2 milhões, já no século XX, a população aumentou cinco vezes mais o seu total.


A partir daí a população no ano de 1970 chegou a ter 93 milhões de pessoas, em 1980 chegou a 119 milhões, em 1991 chegou a ter mais de 145 milhões e em 2000 chegou a quase 166 milhões de pessoas. Esses dados fazem com que o Brasil fique em quinto lugar dos países mais populosos do mundo.

As principais causas do crescimento da população brasileira são o grande número de filhos nas famílias e o grande fluxo migratório.

Mais ou menos no ano de 1970, esse crescimento ficou mais lento, por ter ocorrido algumas mudanças em alguns fatores, como por exemplo, o grande aumento dos custos para sobreviver e o fácil acesso aos métodos anticoncepcionais.

Neste período, as mulheres enfrentaram uma nova realidade, de deixarem os serviços domésticos e começarem a trabalhar fora de casa. Esses fatores fizeram com que elas não tivessem mais tempo para cuidar dos filhos, e vissem que os custos de criação e educação para os filhos seria muito alto.

Gráfico que mostra a evolução da população brasileira.
O Brasil ocupa o quinto lugar entre os países mais populosos do mundo, com aproximadamente 190 milhões de habitantes (segundo estimativas do IBGE de 2008), no entanto, nem sempre foi assim. Nos últimos 50 anos o país obteve um enorme crescimento no número de habitantes, observe as evoluções a partir do primeiro recenseamento realizado no país.

Tabela obtida a partir de informações do IBGE.
Da década de 70 até os dias atuais a população passou de 93 milhões para aproximadamente 190 milhões, ou seja, mais que dobrou. Nos primeiros quatro anos do século XXI a população aumentou em cerca de 10 milhões de pessoas.

Quanto às evoluções da população brasileira, a primeira contagem populacional aconteceu em 1872, com base nesse dado fica claro que não há precisão nas informações acerca do número de habitantes anteriores a esta data, tendo em vista que não houve pesquisas oficiais. Até a década de 70, os principais fatores que levaram ao crescimento da população foram: as imigrações e o elevado número de filhos por família.

Após essa década, as taxas de crescimento caíram em virtude de mudanças sociais, tais como:

- As pessoas urbanas se casam mais velhas em relação às que vivem no campo, fato que implica na diminuição do período fértil da mulher, automaticamente ocasiona a redução do número de filhos por família.

- Preocupação com o número de filhos, em decorrência dos elevados gastos com os mesmos (educação, saúde, transporte, entre outros).

- A inserção da mulher no mercado de trabalho permitiu que as famílias diminuíssem o número de filhos, em razão das dificuldades em educar e cuidar da sua prole.

- Aumento do acesso às informações e aos métodos anticoncepcionais.

Segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2050 a população brasileira será de 259,8 milhões de habitantes, revela também que entre os anos 50 e 60 a taxa de crescimento vegetativo era de 3%; em 2004, a taxa caiu para 1,44%; em 2050 irá cair para 0,24% e no ano de 2062 não haverá crescimento. Desse modo, a população sofrerá uma diminuição quanto ao número de habitantes.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Fatores Responsáveis Pela Diminuição da Taxa de Natalidade e Mortalidade no Mundo - William Costa e Verônica

Fatores Responsáveis Pela Diminuição da Taxa de Natalidade e Mortalidade no Mundo

O crescimento da população mundial,a principio foi lento ,e só veio a se acelerar em meados do século XVIII ,e só se expandiu depois de 1950. TN = Taxa de Natalidade, TM = Taxa de Mortalidade e TCN = Taxa de Crescimento Natural nos países em vias de desenvolvimento verifica-se que a taxa de natalidade tem registado, ao longo do tempo, valores muito elevados, pese embora a diminuição recente. De entre os principais fatores explicativos deste fenômeno destacam-se: O desconhecimento do planejamento familiar; A não utilização de métodos anti concepcionais; O casamento precoce; (a maioria das mulheres casa entre os 15 e os 18 anos e o seu papel restringe-se muitas vezes à função de mãe) Os filhos constituírem uma fonte de rendimento; (auxiliam nas tarefas domésticas, nos trabalhos agrícolas e por vezes têm atividades profissionais remuneradas. Por outro lado, são ainda o garante do futuro dos pais uma vez que asseguram a velhice destes) o baixo nível cultural; As crenças religiosas; (algumas religiões opõem-se à limitação dos nascimentos por meios não naturais) a existência de uma psicologia natalista, como forma de compensar a mortalidade existente.



Comentários Sobre a População Brasileira
• http://www.youtube.com/watch?v=ZfeRNmYYBCw

domingo, 21 de junho de 2009

Caroline Moraes e Letícia - Nºs : 3 e 17


O desemprego estrutural
Desemprego estrutural resulta das mudanças da estrutura da economia. Estas provocam desajustamentos no emprego da mão-de-obra, assim como alterações na composição da economia associada ao desenvolvimento. Existem duas causas para este tipo de Desemprego: insuficiência da procura de bens e de serviços e insuficiência de investimento em torno da combinação de fatores produtivos desfavoravéis. Esse tipo de desemprego é mais comum em países desenvolvidos devido à grande mecanização das indústrias, reduzindo os postos de trabalho.
O desemprego causado pelas novas tecnologias, como a robótica e a informática, recebe o nome de desemprego estrutural. Ele não é resultado de uma crise econômica, e sim das novas formas de organização do trabalho e da produção. Tanto os países ricos quanto os pobres são afetados pelo desemprego estrutural, um dos graves problemas de nossos dias.
Os principais setores atingidos pelo desemprego estrutural são: Agricultura, prestação de serviços e indústria

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Migração no Brasil - Felipe Rodrigues e Thamirez Rocha

Migração no Brasil


No Brasil, os principais fluxos migratórios, a partir da metade do século, são feitos pelos nordestinos que se dirigem para o sudeste, centro-oeste e norte do país. Isto se deve à forte desigualdade social do nordeste brasileiro, que é ocorrência do clima seco e do solo pouco produtivo dos sertões, além de uma distribuição de terras e renda má resolvida.

As regiões sul e sudeste do Brasil, bem desenvolvidas industrialmente e com mercado crescente, tem sido visadas cada vez mais pelas correntes migratórias, devido também à expansão das fronteiras agrícolas, da abertura de garimpos e também por causa das obras, como usinas hidrelétricas e rodovias.

São Paulo é a cidade que mais sofreu e sofre com a migração. Os antigos moradores da primeira metade do século, que também vinham de imigrantes estrangeiros de várias nacionalidades como italianos, alemães, japoneses e árabes, moravam na então cidade de São Paulo, que se resumia ao antigo centro de hoje e a bairros ao redor. Com a chegada da industrialização na região do ABC (cidades ao redor de São Paulo), os migrantes brasileiros se instalaram ali, criando áreas periféricas de São Paulo. Sem emprego, a maioria se instalou com péssimas condições de estrutura, com falta de saneamento básico e construções em terrenos irregulares. Assim os imigrantes, junto com os já desempregados, criaram uma grande massa de desemprego e condições más de vida na cidade.

Este final de século vem sendo marcado pela alta desigualdade social, pois com essa centralização do poder (na capital), a população é cada vez mais marginalizada, dando origem à favelas de vários portes. Por outro lado, toda essa riqueza industrial é atrativa para quem vem de fora.

Conflitos Étnicos e Religiosos no mundo - Yuri e Iara

Conflitos étnicos e religiosos no mundo.
Conflitos entre China e Tibete.
Protestos

Para conquistar sua independência e autonomia, os tibetanos têm realizado vários protestos contra as autoridades chinesas.

Esses protestos têm sido apontados como os maiores e mais violentos dos últimos 20 anos, principalmente quando esses conflitos ganharam um capítulo sangrento em 1989, época em que o Exército chinês massacrou manifestantes na Praça da Paz Celestial.

A China se defende afirmando que os tibetanos no exílio, liderados pelo Dalai Lama, só estão interessados em separar o Tibete da terra mãe.



Conflitos étnicos na África.


A África do Sul é um país historicamente acostumado com os conflitos étnicos e raciais. Especialmente depois dos anos de dura repressão por conta do regime de segregação racial conhecido como apartheid, esperava-se que África do Sul desse uma lição ao mundo de tolerância, igualdade e fraternidade. Ao invés disso, infelizmente, estamos assistindo a uma verdadeira explosão de ódio, horror e selvageria. São cenas piores do que aquelas testemunhadas pela geração que viveu dentro do antigo sistema.

E não estamos falando de conflitos entre brancos e negros, mas de conflitos étnicos entre diferentes grupos africanos. Gente da mesma raça, com culturas e tradições que se assemelham. Um povo que experimentou na própria pele o que representa a discriminação, humilhação e o ódio racial jamais poderia pagar na mesma moeda aos povos irmãos da África. Antes, teria o povo sul-africano o dever e autoridade moral para liderar os povos em todo mundo empunhando a bandeira contra a preconceito étnico.

Os conflitos étnicos têm impacto direto em diversos setores da sociedade, trazendo prejuízo para todos. Eles atingem, por exemplo, o turismo, uma das grandes fontes de riqueza do país. Gente do mundo todo vem à África do Sul para visitar seus belos parques, onde animais selvagens vivem livres. Os turistas estão cancelando suas visitas ao país com medo da violência. A economia também sofre impacto com o recuo dos investidores nacionais e internacionais, a queda no setor turístico, as paralizações nas minas de ouro, entre outros fatores.


o impacto no próprio trabalho missionário. Igrejas de língua portuguesa, de maioria moçambicana, em Joanesburgo, viram a sua membresia diminuir drasticamente de um domingo para o outro. O povo é forçado a retornar para o país de origem e a igreja é quase totalmente esvaziada. Arrombamentos, saques e ataques são desferidos contra essas igrejas que recebem os imigrantes. Se os ataques chegarem com a mesma força a Welkom, a tragédia poderá ser ainda maior. Os mineiros, que vivem em grande parte nos alojamentos dentro da área da mina, não tem para onde fugir. Existe apenas uma ou duas saídas. Em caso de conflito, eles estão cercados numa “arapuca”. Desse modo, centenas, talvez milhares, seriam alvos fáceis.



O ataque às torres de Nova Iorque, em 11 de setembro de 2001, seguido das reações que levaram à guerra no Afeganistão, criou rapidamente um clima, onde se passou a identificar uma determinada religião, o islamismo, com o terrorismo.

O antigo “império do mal”, expressão com que o presidente norte-americano Ronald Reagan estigmatizava a URSS,foi substituído por George W. Bush, pela expressão “eixo do mal”, colocando, no mesmo saco, vários países islâmicos, Iraque, Irã, Síria, Líbia, mas também um país comunista, Coréia do Norte.

Na convocação internacional para se lutar contra o terrorismo, o presidente Bush falou de uma “cruzada” do ocidente cristão ameaçado pelo ativismo muçulmano.

Na ânsia de compreenderem o que está acontecendo, muitas pessoas têm recorrido à teoria de Samuel Huntington de que os conflitos deste século XXI serão conflitos entre civilizações. A teoria que foi logo simplificada para “guerra de religiões”.





2. GUERRAS DE RELIGIÃO?



Estes acontecimentos ressuscitaram a inquietante pergunta acerca da relação entre violência, guerras e religiões. Seriam elas fator de paz ou contribuiriam para agravar tensões e conflitos, com um componente explosivo, pois falam em nome de Deus e trabalham com a noção de absoluto inclusive ético?

Este clichê, “guerra de religiões”, passou então a ser usado como chave de leitura para muitos outros conflitos contemporâneos.

O da Irlanda do Norte, por exemplo, em que distritos de maioria católica desejam separar-se dos outros de maioria protestante e juntar-se à República da Irlanda, vem sendo descrito como uma guerra entre “protestantes e católicos”.

O choque “palestino-israelense”, por conta das terras palestinas ocupadas pelo Estado de Israel, a partir de 1948 e sobretudo depois da guerra dos seis dias, em junho de 1967; por conta de 4,5 milhões de refugiados palestinos, com direito a retornarem ao território de onde foram expulsos; por conta das quase trezentas colônias judaicas implantadas ilegalmente nas escassas terras palestinas; por conta da difícil repartição da água, bem essencial, escasso e mais caro do que o petróleo na região; por conta do impasse sobre Jerusalém, cidade santa para judeus, cristãos e muçulmanos; por conta enfim da terrível violência mútua, onde o terrorismo virou uma arma contra civis israelenses, reprimido, por sua vez, com inaudita violência, num verdadeiro terrorismo de estado, por parte de Israel, tudo isso, é simplificadamente descrito como um embate entre “judeus” e “muçulmanos”.

Na atual guerra de desgaste entre Índia e Paquistão, pela posse do Cashemira, região de maioria muçulmana mas sob administração da Índia, numa parte; do Paquistão noutra, e da China, numa terceira, os oponentes são descritos como “hindus” de um lado e “muçulmanos” do outro.

Nos sangrentos conflitos na ex-Iuguslávia, e na “limpeza étnica” ali praticada uns contra os outros, com o fito de criar territórios etnicamente homogêneos, os sérvios eram, sem mais, identificados como “ortodoxos”; os croatas, como “católicos”; os kosovares e a maioria dos bósnios, como “muçulmanos”.

Os conflitos no Sri Lanka, onde a minoria Tamil luta por autonomia na região norte do país, vêm sendo qualificados como choque entre “budistas” e “hindus”.

Na Indonésia, de modo particular, no Timor Leste, as lutas pela independência da ex-colônia portuguesa apareciam como confronto entre “muçulmanos” e “católicos”.

Do mesmo modo, no Sudão, a guerra que move o governo de Khartum contra as populações do sul do país, vem sendo caracterizada como confronto entre “muçulmanos” e “cristãos”.

Noutros lugares, como na Nigéria, onde oito províncias do norte acabam de adotar a “sharia” ou seja, a lei corânica como base da legislação civil penal, explodiram conflitos entre a maioria muçulmana e as minorias cristãs que se sentem ameaçadas pelo novo quadro jurídico. Estes e outros embates na Congo, Rwanda, Burundi, vem sendo descritos, ora como conflitos étnicos, ora como conflitos religiosos

Fique Esperto - Aids e Gravidez - Fernanda e Fátima



A gravidez na adolescência é um problema de importância na maior parte dos países subdesenvolvidos. O fenômeno no Brasil tem se mostrado estabilizado numericamente para a faixa de 15 a 19 anos, com tendência de crescimento no primeiro segmento da adolescência, abaixo de 15 anos de idade. Significativa maioria das gestações é indesejada, com repercussões médicas, psicológicas e principalmente sociais. As desvantagens säo mais claras para adolescentes multíparas. Destacam-se como conseqüências imediatas da gravidez indesejada o aborto clandestino, a falta de cuidados pré-natais, a desestruturaçäo pessoal e familiar, a adoçäo e o abandono. Sugere-se políticas de intervençäo para reduçäo do fenômeno através de programas de educaçäo sexual, serviços para atendimento especial para adolescentes, acesso a orientaçäo e métodos contraceptivos, apoio para prosseguimento das gestações até o termo

A gravidez precoce está se tornando cada vez mais comum na sociedade contemporânea, pois os adolescentes estão iniciando a vida sexual mais cedo.

A gravidez na adolescência envolve muito mais do que problemas físicos, pois há também problemas emocionais, sociais, entre outros. Uma jovem de 14 anos, por exemplo, não está preparada para cuidar de um bebê, muito menos de uma família. Com isso, entramos em outra polêmica, o de mães solteiras, por serem muito jovens os rapazes e as moças não assumem um compromisso sério e na maioria dos casos quando surge a gravidez um dos dois abandona a relação sem se importar com as conseqüências. Por isso o número de mães jovens e solteiras vem crescendo consideravelmente.

É muito importante que haja diálogo entre os pais, os professores e os próprios adolescentes, como forma de esclarecimento e informação.

Mas o que acontece é que muitos pais acham constrangedor ter um diálogo aberto com seus filhos, essa falta de diálogo gera jovens mal instruídos que iniciam a vida sexual sem o mínimo de conhecimento. Alguns especialistas afirmam que quando o jovem tem um bom diálogo com os pais, quando a escola promove explicações sobre como se prevenir, o tempo certo em que o corpo está pronto para ter relações e gerar um filho, há uma baixa probabilidade de gravidez precoce e um pequeno índice de doenças sexualmente transmissíveis.

O prazer momentâneo que os jovens sentem durante a relação sexual transforma-se em uma situação desconfortável quando descobrem a gravidez.

É importante que quando diagnosticada a gravidez a adolescente comece o pré-natal, receba o apoio da família, em especial dos pais, tenha auxílio de um profissional da área de psicologia para trabalhar o emocional dessa adolescente. Dessa forma, ela terá uma gravidez tranqüila, terá perspectivas mais positivas em relação a ser mãe, pois muitas entram em depressão por achar que a gravidez significa o fim de sua vida e de sua liberdade.
Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola


Em 1990, quando iniciamos o trabalho de prevenção ao HIV nas escolas públicas e noturnas da Cidade de São Paulo, somavam-se 8859 casos de brasileiros com Aids, metade deles infectados pela via da transmissão sexual, 85% de homens, e as previsões para o ano 2000 eram catastróficas: esperavam-se mais de um milhão de brasileiros infectados. Ainda vivíamos sob a hegemonia de uma visão sobre a epidemia carregada de moralismos, que definia "grupos de risco" ("os" homossexuais, trabalhadores do sexo, usuários de drogas e alguns "inocentes" - bebês e transfundidos). A construção simbólica sobre a Aids, mais do que ajudar no controle da epidemia, estigmatizava os portadores e afastava da sensibilização para a prevenção milhares de brasileiros, em especial as brasileiras, que embora vulneráveis à infecção pelo HIV não podiam se perceber como "promíscuos", "mal comportados", "quase-mortos" merecedores de tanto isolamento injustificado e discriminação.
Dez anos depois, a Aids explodiu na Ásia onde era invisível no começo da década, continua ruindo países e matando gerações na África e começa a explodir no leste europeu. Desafia ainda os formuladores de políticas de saúde norte-americanos, apesar dos milhares de dólares investidos em programas informados por teorias e abordagens que nos EUA tendem a focalizar o "risco individual" e "informação e treinamento para modificação de comportamentos", apontando como objetivo e eixo dos programas para os jovens principalmente a promoção da abstinência do sexo e das drogas. Essas abordagens não têm dado conta, nem no país mais rico do mundo, das sexualidades constantemente estimuladas pela mídia e da "sinergia de pragas" que acontece nos bolsões de pobreza e exclusão, fenômeno descrito tanto na África subdesenvolvida ou no chamado inner city das grandes cidades norte-americanas (Parker & Camargo Jr., 2000).
No Brasil5, no final do ano 2000 contávamos 191.000 casos acumulados de Aids, na proporção de 2 homens para cada mulher, e estimava-se cerca de 500.000 pessoas portadoras do vírus. Embora o epicentro da epidemia tenha sido as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, o crescimento mais acelerado se dá hoje nas cidades brasileiras com menos de 50 mil habitantes, e em todo o país mais rapidamente entre mulheres e grupos de baixa escolaridade (e renda). Apesar da distribuição universal e gratuita do chamado "coquetel anti-HIV", a Aids era a 4a causa de morte no grupo de 20 a 49 anos de idade. Certamente o empréstimo do Banco Mundial6 para políticas públicas de combate a Aids (que começou no meio da década de 90 e se encerrará em 2002) permitiu acelerar respostas em áreas estratégicas que em geral ficam sem espaço nos orçamentos públicos. Foi um empréstimo que tomou 165 milhões que serão pagos em 15 anos, e que nunca pôde ser investido no programa de acesso à medicação anti-HIV- a política do Banco Mundial para países em desenvolvimento recomendava que não se investisse em medicação, mas só em prevenção. Embora cerca de 85% dos recursos federais gastos anualmente com Aids sejam provenientes do tesouro nacional, depois do final do acordo a quantia significativa financiada pelo Banco deverá ser garantida por outra fonte de recursos para a Aids no SUS (Sistema Único de Saúde). O investimento em prevenção tem sido sempre menor do que o necessário, mas constante na década, e deverá ser absorvido nos orçamentos e políticas públicas estaduais e municipais. Dependerá, portanto, de iniciativa política além de competências técnicas.

Coincidente com a progressiva desaceleração da epidemia, que crescia a 36% na primeira década e depois de 1992 a 12% ao ano 3, foi o início da distribuição da medicação anti-retroviral gratuitamente, que não enfocaremos aqui, e a discussão de novos paradigmas para análise da epidemia. Na segunda década de epidemia (nos anos noventa), as abordagens que informavam as ações de prevenção puderam ser menos moralistas e radicalizaram sua inspiração nos princípios da Carta de Direitos Humanos, indissociáveis direitos individuais e sociais, integrando propostas que assumem que a vulnerabilidade ao HIV e à Aids é individual e coletiva. Essa visão conquistou espaço defendendo que diminuir a expansão da epidemia depende da disseminação de informações corretas e da possibilidade dos indivíduos nelas se reconhecerem usando-as para sua proteção, mas que isso não acontece independentemente das culturas, do contexto social e político de cada país, e dos programas de saúde, desenvolvimento e educação (cada vez mais dependentes da chamada "globalização"). O ponto de inflexão que abriu mais espaço para essa visão foi a 8ª Conferência Internacional de Aids realizada em 1992 em Amsterdã, e o lançamento do livro Aids no Mundo (ver, Mann & Tarantola, 1992). No Brasil tivemos a sorte de poder contribuir para essa revisão por contar com uma tradição de formulação de políticas para saúde baseada na idéia de promoção da cidadania (e não na de consumidores individuais de serviços e produtos), marcada pela tradição de educação popular e pelo pensamento social articulado com os movimentos sociais. A pressão e organização dos afetados pela epidemia a partir de grupos de ativistas por direitos humanos foram fundamentais em todo mundo e a resposta organizada no Brasil, que incluía acadêmicos e profissionais de saúde e educação, foi pioneira na construção de caminhos mais produtivos (ver, Parker

Os jovens são sempre um grupo vulnerável em todas as sociedades do mundo globalizado. Se continuarmos fazendo apenas o que temos feito, o HIV infectará cerca de 8.500 crianças e jovens por dia, seis por minuto em todo mundo8. A previsão lembrada pela fala de Mandela foi de que um em cada dois jovens vai morrer de Aids na África do Sul. Um terço das pessoas vivendo com HIV no final de 1998 eram jovens que tem entre 15-24 anos e metade das novas infecções ocorre nessa faixa etária em todo mundo. No Brasil, 70 % dos casos de Aids se concentram na faixa entre 20 e 39 anos, indicando que as novas infecções pelo HIV (que leva anos para evoluir para Aids) acontecem principalmente também entre os mais jovens. Mas a boa notícia é que onde programas de educação sexual dedicados aos jovens nessa faixa etária acontecem - com informação não-moralista, espaço para desenvolver capacidade de comunicação, consciência e mobilização pelo acesso ao preservativo - os jovens muito mais facilmente que os adultos adotam práticas mais seguras. Isso é verdade na Tailândia, Uganda, Chile, México, oeste europeu e no Brasil onde as vendas de camisinha cresceram de 70 milhões em 1993 para 320 milhões em 1999 (Joint United Nations Programme on HIV/AIDS [UNAIDS], 2000).
Em 1986 menos de 5% dos rapazes brasileiros diziam que usaram preservativo na primeira relação sexual, em 1999 chegavam a 50% (aumento de 10 vezes!) (UNAIDS, 2000). A pesquisa de 1999 indicou que, entre os jovens de 16-25 anos, 87% disseram que usavam camisinha consistentemente com os parceiros casuais, 24% em todas as relações sexuais, e 90% declarou que não teria relação sexual com alguém que conheceu recentemente e se recusasse a usar o preservativo (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento [CEBRAP] / Ministério da Saúde [MS], 1999). O uso de preservativo declarado num período de 12 meses pelos participantes da pesquisa nacional é semelhante nos EUA (67%) e no Brasil (63%). Se considerarmos a última relação sexual antes da entrevista, no Brasil 59% dos homens pesquisados usaram preservativo na última relação sexual e nos EUA a taxa encontrada foi de 62%. Entre as mulheres sexualmente ativas na faixa de 16 a 25 anos, a proporção de uso de preservativo nos últimos 12 meses no Brasil é de 35% e nos EUA é de 22%.9
No final da década, foi finalmente feito um esforço importante para responder uma das maiores polêmicas no planejamento de programas voltados para jovens, preocupação de pais, religiosos e educadores: até que ponto a educação sexual que vá além da promoção da abstinência até o casamento e monogamia estimula a precocidade do sexo e a sua maior freqüência? A resposta foi estimulante para a construção de novos programas. Seus principais achados, a partir de estudos nos países desenvolvidos (UNAIDS, 1997) foram:


* Educação sexual ou para prevenção da Aids não estimula mais atividade sexual.

* Programas de boa qualidade ajudam a adiar o início da vida sexual e protegem jovens sexualmente ativos de infecções sexuais e da gravidez indesejada.

* Comportamentos saudáveis e responsáveis podem ser aprendidos

* É melhor começar a educação sexual antes do início da vida sexual - que no Brasil nas gerações mais jovens é em média aos 16 anos e para 15 % começa antes dos 14 anos (CEBRAP/MS, 1999).

* Educação sexual deve levar em conta que existem dois gêneros - masculino e feminino - e ser adaptada às diversas maneiras de ser garoto ou garota.

* A informação sobre saúde sexual tem uma vasta gama de fontes para os jovens que devem ser consideradas e conscientizadas.

* Os jovens são um grupo heterogêneo em termos de desenvolvimento e as tecnologias educativas devem ser diferentes e abertas a essa heterogeneidade.

* Os programas mais eficazes (nos países europeus e norte americanos) são programas baseados em Teorias de Aprendizagem Social; tem um currículo focalizado, tem clareza de metas comportamentais, e descrevem claramente as práticas sexuais a serem evitadas ou as mais seguras; desenvolvem atividades que iluminam as influências do contexto social no que fazemos sexualmente; criam ambientes e espaços para praticar a comunicação e a negociação do sexo seguro; estimulam franqueza nas comunicações sobre sexo; ajudam os jovens a decodificar mensagens da mídia e seus pressupostos e ideologias.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

As Ativiades Econômicas no Brasil - Mariana Medeiros e Maira Rios



A Classificação das Atividades Econômicas
é uma forma de classificar as diversas atividades econômicas exercidas pelas sociedades humanas.
Seções
A - agricultura, produção animal, caça e silvicultura.
B - pesca
C - indústrias extrativas
D - indústrias transformadoras
E - produção e distribuição de eletricidade, gás e água
F - construção
G - comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico.
H - alojamento e restauração
I - transportes, armazenagem e comunicações.
J - atividades financeiras
K - atividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas.
L - administração, defesa e segurança social obrigatória.
M - educação
N - saúde e ação social
O - outras atividades e serviços coletivos, sociais e pessoais
P - famílias com empregados domésticos
Q - organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais


Sub-Secções da Indústria Transformadora
DA - indústrias alimentares, de bebidas e do tabaco
DB - indústria têxtil
DC - indústria do couro e produtos de couro
DD - indústria da madeira e da cortiça e suas obras
DE - indústria da pasta, de papel e cartão e seus artigos, edição e impressão
DF - fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e combustível nuclear
DG - fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou artificiais
DH - fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas
DI - fabricação de outros produtos minerais não metálicos
DJ - indústrias metalúrgicas de base e de produtos metálicos
DK - fabricação de máquinas e equipamento,
DL - fabricação de equipamento elétrico e de óptica
DM - fabricação de material de transporte
DN - indústrias transformadoras,


INDÚSTRIAS >

Indústrias automobilísticas,
Nos últimos anos,a indústria automobilística no Brasil têm crescido bastante,atraindo grandes investimentos das principais empresas.No ano de 2007 , a produção automobilística no Brasil cresceu cerca de 14% em relação à 2006, chegando a 3 milhões de veículos,o que torna o país o sexto maior produtor mundial de automovéis.

Indústrias de eletrodomésticos,

Indústria eletrônica,
Os computadores são os últimos e possivelmente os mais importantes produtos de uma indústria que mais que qualquer outra, caracteriza o processo tecnológico vertiginoso verificado no século 20.
A eletrônica , é o estudo do comportamento da eletricidade no vácuo, nos gases e em semicondutores.

Indústrias extrativas como petróleo, gases naturais, mineração entre outras.
Em mineração, temos a Cia. Vale do Rio doce, considerada uma das maiores do mundo na extração de minérios


TRANSPORTES ;

Transportes aéreos,
Transportes Terrestres,
Transportes Marítimos,
Transportes Fluviais
Transportes Ferroviários.

AGRICULTURA ;
A agricultura é, historicamente, umas das principais bases da economia brasileira, desde os primórdios da colonização até o século XXI, evoluindo das extensas monoculturas para a diversificação da produção.Inicialmente produtora de cana-de-açúcar, passando pelo café, a agricultura brasileira apresenta-se como uma das maiores exportadoras do mundo em diversas espécies de cereais, frutas, grãos, etc.Desde o Estado Novo, com Getúlio Vargas, cunhou-se a expressão que diz ser o "Brasil, celeiro do mundo" - acentuando a vocação agrícola do país. Apesar disto, a agricultura brasileira apresenta problemas e desafios, que vão da reforma agrária às queimadas; do êxodo rural ao financiamento da produção; da rede escoadora à viabilização econômica da agricultura familiar: envolvendo questões políticas, sociais, ambientais, tecnológicas e econômicas.

MINERAÇÃO,
A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) é uma empresa brasileira de mineração, com sede em Araxá, no estado deMinas Gerais, que tem como foco a exploração de nióbio. A empresa é de propriedade da família Moreira Salles, também proprietários do conglomerado Unibanco.


PECUÁRIA,
Avicultura - Dentro do complexo brasileiro de carnes, a avicultura é considerada por muitos como a atividade mais dinâmica. O desenvolvimento dessa atividade ocorreu a partir do final da década de 1950, nos estados da Região Sudeste, principalmente, em São Paulo. Na década de 1970, período em que houve profunda reorganização do complexo de carnes no Brasil, a atividade hoje é liderada pelos estados de Santa Catarina e Mato Grosso.Exportar tem sido uma prioridade para o setor que, em 2001, ultrapassou a barreira do bilhão de dólares com as exportações.
Eqüinocultura- é a parte da zootecnia especial que trata da criação de eqüinos. Normalmente não tem como finalidade a produção de alimentos, embora esse também seja um ramo explorável.
Atividade similar à eqüinocultura (eqüinocultura, no Brasil) é a eqüideocultura que que abrange a criação de asininos (asnos, burros, jumentos) e de seus híbridos com o cavalo: o bar doto (cavalo com jumenta) e a mula (jumento com égua).
Os cavalos normalmente são criados para serem vendidos e/ou ensinados e em raros casos são usados para a produção de alimentos, já que a carne de cavalo é pouco consumida.
Carne Bovina – também considerada uma das carnes mais adquiridas pelos brasileiros.
Carcinicultura - é a técnica de criação de camarões em viveiros, muito desenvolvida, atualmente, no litoral brasileiro do Rio Grande do Norte.A experiência acumulada nos países onde a carcinicultura vem apresentando crescimento acelerado, tem revelado os seguintes aspectos positivos:
a) econômico, no sentido de que a exploração da atividade de cultivo de camarão pode ser conduzida com bom nível de eficiência de emprego de capital, tanto por pequenos, como por médios e grandes produtores;
b) social, através do emprego maciço de mão-de-obra não especializada, representada pelos próprios pescadores artesanais, que apresentam alto índice de marginalização, com a sensível diminuição, via predação e poluição dos estoques naturais;
c) ecológico, diretamente relacionado com a conservação do meio ambiente, uma vez que essa atividade prima e exige excepcionais condições hidrobiológicas, sendo, portanto, uma grande aliada no efetivo controle das condições ambientais, especialmente quando se leva em consideração que o verdadeiro conceito do desenvolvimento sustentável, passa prioritariamente por uma administração responsável dos recursos hídricos, que deve levar em consideração a função produtiva desses ambientes, a geração de emprego e renda, e a conservação ambiental.

PRODUTOS MANUFATURADOS ;
O produto manufaturado é produzido usando-se, somente, os recursos disponíveis no estabelecimento produtor (casa ou indústria), logicamente, não existe terceirização.


IMPORTAÇÃO & EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS ;

pode se dizer que há uma lista infindável de atividades econômicas hoje no Brasil!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Taxa de Mortalidade e Natalidade - Ruan e Maíra




Taxa de mortalidade infantil
O Brasil apresenta uma taxa de mortalidade infantil de 27.62 mortes em cada 1.000 nascimentos[2] (estimativa para 2007) elevada mesmo para os padrões latino-americanos. No entanto, há variações nessa taxa segundo as regiões e as camadas populacionais. O Norte e o Nordeste — regiões mais pobres — têm os maiores índices de mortalidade infantil, que diminuem na região Sul. Com relação às condições de vida, pode-se dizer que a mortalidade infantil é menor entre a população de maiores redimentos, sendo provocada sobretudo por fatores endógenos. Já a população brasileira de menor renda apresenta as características típicas da mortalidade infantil tardia.
Desde 1940, a taxa de mortalidade brasileira também vem caindo, como reflexo de uma progressiva popularização de medidas de higiene, principalmente após a Segunda Guerra Mundial; da ampliação das condições de atendimento médico e abertura de postos de saúde em áreas mais distantes; das campanhas de vacinação; e do aumento quantitativo da assistência médica e do atendimento hospitalar.

http://www.youtube.com/watch?v=P1dLWpqusVg&feature=related


Taxa de mortalidade
O Brasil apresenta uma elevada taxa de mortalidade, também comum em países subdesenvolvidos, enquadrando-se entre as nações mais vitimadas por moléstias infecciosas e parasitárias, praticamente inexistentes no mundo desenvolvido.

Taxa de natalidade
Até recentemente, as taxas de natalidade no Brasil foram elevadas, em patamar similar a de outros países subdesenvolvidos. Contudo, houve sensível diminuição nos últimos anos, que pode ser explicada pelo aumento da população urbana — já que a natalidade é bem menor nas cidades, em conseqüência da progressiva integração da mulher no mercado de trabalho — e da difusão do controle de natalidade. Além disso, o custo social da manutenção e educação dos filhos é bastante elevado, sobretudo no meio urbano.

Distribuição populacional
A distribuição populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas situam-se no Centro-Oeste e no Norte.

Teorias Demográficas


Teoria reformista

A Teoria Demográfica Reformista foi elaborada por representantes de países subdesenvolvidos em reposta à Teoria Neomalthusiana, com conclusão inversa a esta.
Segundo a Teoria Demográfica Reformista as elevadas taxas de natalidade que origina uma população jovem numerosa, não seria causa e sim conseqüência do subdesenvolvimento, sendo então necessário o enfrentamento das questões sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.

À medida que as famílias obtêm condições mínimas de vida, tendem a ter menos filhos.
Essa teoria é mais realista, analisa os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma objetiva; partindo de situações reais do dia-a-dia das pessoas.

Teoria Malthusiana

A Teoria Malthusiana foi desenvolvida por Thomas Malthus, economista, estatístico, demógrafo e estudioso das Ciências Socias.

Malthus observou que o crescimento populacional, entre 1650 e 1850, dobrou decorrente do aumento da produção de alimentos, das melhorias das condições de vida nas cidades, do aperfeiçoamente do combate as doenças, das melhorias no saneamento básico, e os benefícios obtidos com a Revolução Industrial, fizeram com que a taxa de mortalidade declinasse, ampliando assim o crescimento natural.

Preocupado com o crescimento populacional acelerado, Malthus publica em 1798 uma série de idéias alertando a importância do controle da natalidade, afirmando que o bem estar populacional estaria intimamente relacionado com crescimento demográfico do planeta. Malthus alertava que o crescimento desordenado acarretaria na falta de recursos alimentícios para a população gerando como consequência a fome.

Crescimento Populacional X Produção de Alimentos.

Malthus foi ainda mais além em suas pesquisas afirmando que o crescimento populacional funcionava conforme uma progressão geométrica e a produção de alimentos, mesmo nas melhores condições de produção dos setores agrícolas só poderiam alcançar o crescimento em forma de uma progressão aritmética.

Produção de Alimentos em Toneladas:

2 Ton.- 4 Ton. - 6 Ton. - 8 Ton. - 10 Ton. - 12 Ton. - 14 Ton...

Crescimento Populacional - Milhões de Habitantes:

2 mi/hab. - 4 mi/hab. - 8 mi/hab. - 16 mi/hab. - 32 mi/hab. - 64 mi/hab. - 128 mi/hab...

Com base nesses dados, Malthus concluiu que inevitavelmente a fome seria uma realidade caso não houvesse um controle imediato da natalidade.

A definição biológica de praga é quando uma população fica com alta taxa de natalidade e baixa taxa de mortalidade e o número de indivíduos cresce em progressão geométrica de forma anormal no ambiente. A superpopulação fica então sem controle até que surjam predadores que façam esse controle externo ou se os predadores e parasitas (doenças) não aparecerem, o descontrole continua até que acabe o alimento disponível no ambiente, gerando competição intraespecífica e controle populacional por fome.

No caso da população humana esse controle vem sendo feito com guerras, doenças e miséria. Nossa população está em explosão demográfica desde a revolução industrial, que começou na Inglaterra no século XVII por volta de 1650.

A solução defendida por Malthus seria:
- a sujeição moral de retardar o casamento
- a prática da castidade antes do casamento
- ter somente o número de filhos que se pudesse sustentar

Teoria neomalthusiana

Teoria Neomalthusiana é a atualização da Teoria Malthusiana, criada pelo demógrafo Thomas Malthus.

Para os neomalthusianos, a superpopulação dos países era a causa da pobreza desses países.

Com a nova aceleração populacional, voltaram a surgir estudos baseados nas idéias de Malthus, dando origem a um conjunto de formulações e propostas denominadas Neomalthusianas.

Novamente os teóricos explicavam o subdesenvolvimento e a pobreza pelo crescimento populacional, que estaria provocando a elevação dos gastos governamentais com os serviços de educação e saúde. Isso comprometeria a realização de investimentos nos setores produtivos e dificultaria o desenvolvimento econômico.

Para os neomalthusianos, uma população numerosa seria um obstáculo ao desenvolvimento e levaria ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza.

Os Neomalthusianos afirmam que a população cresce em Progressão geométrica enquanto o alimento cresce em Progressão aritmética. Afirmam também que é possível melhorar a produtividade da terra com uso de novas tecnologias, e que é possível reduzir o ritmo de crescimento da população através do planejamento familiar.