sexta-feira, 19 de junho de 2009

Conflitos Étnicos e Religiosos no mundo - Yuri e Iara

Conflitos étnicos e religiosos no mundo.
Conflitos entre China e Tibete.
Protestos

Para conquistar sua independência e autonomia, os tibetanos têm realizado vários protestos contra as autoridades chinesas.

Esses protestos têm sido apontados como os maiores e mais violentos dos últimos 20 anos, principalmente quando esses conflitos ganharam um capítulo sangrento em 1989, época em que o Exército chinês massacrou manifestantes na Praça da Paz Celestial.

A China se defende afirmando que os tibetanos no exílio, liderados pelo Dalai Lama, só estão interessados em separar o Tibete da terra mãe.



Conflitos étnicos na África.


A África do Sul é um país historicamente acostumado com os conflitos étnicos e raciais. Especialmente depois dos anos de dura repressão por conta do regime de segregação racial conhecido como apartheid, esperava-se que África do Sul desse uma lição ao mundo de tolerância, igualdade e fraternidade. Ao invés disso, infelizmente, estamos assistindo a uma verdadeira explosão de ódio, horror e selvageria. São cenas piores do que aquelas testemunhadas pela geração que viveu dentro do antigo sistema.

E não estamos falando de conflitos entre brancos e negros, mas de conflitos étnicos entre diferentes grupos africanos. Gente da mesma raça, com culturas e tradições que se assemelham. Um povo que experimentou na própria pele o que representa a discriminação, humilhação e o ódio racial jamais poderia pagar na mesma moeda aos povos irmãos da África. Antes, teria o povo sul-africano o dever e autoridade moral para liderar os povos em todo mundo empunhando a bandeira contra a preconceito étnico.

Os conflitos étnicos têm impacto direto em diversos setores da sociedade, trazendo prejuízo para todos. Eles atingem, por exemplo, o turismo, uma das grandes fontes de riqueza do país. Gente do mundo todo vem à África do Sul para visitar seus belos parques, onde animais selvagens vivem livres. Os turistas estão cancelando suas visitas ao país com medo da violência. A economia também sofre impacto com o recuo dos investidores nacionais e internacionais, a queda no setor turístico, as paralizações nas minas de ouro, entre outros fatores.


o impacto no próprio trabalho missionário. Igrejas de língua portuguesa, de maioria moçambicana, em Joanesburgo, viram a sua membresia diminuir drasticamente de um domingo para o outro. O povo é forçado a retornar para o país de origem e a igreja é quase totalmente esvaziada. Arrombamentos, saques e ataques são desferidos contra essas igrejas que recebem os imigrantes. Se os ataques chegarem com a mesma força a Welkom, a tragédia poderá ser ainda maior. Os mineiros, que vivem em grande parte nos alojamentos dentro da área da mina, não tem para onde fugir. Existe apenas uma ou duas saídas. Em caso de conflito, eles estão cercados numa “arapuca”. Desse modo, centenas, talvez milhares, seriam alvos fáceis.



O ataque às torres de Nova Iorque, em 11 de setembro de 2001, seguido das reações que levaram à guerra no Afeganistão, criou rapidamente um clima, onde se passou a identificar uma determinada religião, o islamismo, com o terrorismo.

O antigo “império do mal”, expressão com que o presidente norte-americano Ronald Reagan estigmatizava a URSS,foi substituído por George W. Bush, pela expressão “eixo do mal”, colocando, no mesmo saco, vários países islâmicos, Iraque, Irã, Síria, Líbia, mas também um país comunista, Coréia do Norte.

Na convocação internacional para se lutar contra o terrorismo, o presidente Bush falou de uma “cruzada” do ocidente cristão ameaçado pelo ativismo muçulmano.

Na ânsia de compreenderem o que está acontecendo, muitas pessoas têm recorrido à teoria de Samuel Huntington de que os conflitos deste século XXI serão conflitos entre civilizações. A teoria que foi logo simplificada para “guerra de religiões”.





2. GUERRAS DE RELIGIÃO?



Estes acontecimentos ressuscitaram a inquietante pergunta acerca da relação entre violência, guerras e religiões. Seriam elas fator de paz ou contribuiriam para agravar tensões e conflitos, com um componente explosivo, pois falam em nome de Deus e trabalham com a noção de absoluto inclusive ético?

Este clichê, “guerra de religiões”, passou então a ser usado como chave de leitura para muitos outros conflitos contemporâneos.

O da Irlanda do Norte, por exemplo, em que distritos de maioria católica desejam separar-se dos outros de maioria protestante e juntar-se à República da Irlanda, vem sendo descrito como uma guerra entre “protestantes e católicos”.

O choque “palestino-israelense”, por conta das terras palestinas ocupadas pelo Estado de Israel, a partir de 1948 e sobretudo depois da guerra dos seis dias, em junho de 1967; por conta de 4,5 milhões de refugiados palestinos, com direito a retornarem ao território de onde foram expulsos; por conta das quase trezentas colônias judaicas implantadas ilegalmente nas escassas terras palestinas; por conta da difícil repartição da água, bem essencial, escasso e mais caro do que o petróleo na região; por conta do impasse sobre Jerusalém, cidade santa para judeus, cristãos e muçulmanos; por conta enfim da terrível violência mútua, onde o terrorismo virou uma arma contra civis israelenses, reprimido, por sua vez, com inaudita violência, num verdadeiro terrorismo de estado, por parte de Israel, tudo isso, é simplificadamente descrito como um embate entre “judeus” e “muçulmanos”.

Na atual guerra de desgaste entre Índia e Paquistão, pela posse do Cashemira, região de maioria muçulmana mas sob administração da Índia, numa parte; do Paquistão noutra, e da China, numa terceira, os oponentes são descritos como “hindus” de um lado e “muçulmanos” do outro.

Nos sangrentos conflitos na ex-Iuguslávia, e na “limpeza étnica” ali praticada uns contra os outros, com o fito de criar territórios etnicamente homogêneos, os sérvios eram, sem mais, identificados como “ortodoxos”; os croatas, como “católicos”; os kosovares e a maioria dos bósnios, como “muçulmanos”.

Os conflitos no Sri Lanka, onde a minoria Tamil luta por autonomia na região norte do país, vêm sendo qualificados como choque entre “budistas” e “hindus”.

Na Indonésia, de modo particular, no Timor Leste, as lutas pela independência da ex-colônia portuguesa apareciam como confronto entre “muçulmanos” e “católicos”.

Do mesmo modo, no Sudão, a guerra que move o governo de Khartum contra as populações do sul do país, vem sendo caracterizada como confronto entre “muçulmanos” e “cristãos”.

Noutros lugares, como na Nigéria, onde oito províncias do norte acabam de adotar a “sharia” ou seja, a lei corânica como base da legislação civil penal, explodiram conflitos entre a maioria muçulmana e as minorias cristãs que se sentem ameaçadas pelo novo quadro jurídico. Estes e outros embates na Congo, Rwanda, Burundi, vem sendo descritos, ora como conflitos étnicos, ora como conflitos religiosos

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